O novo boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (9) pela Fiocruz, aponta aumento nas hospitalizações por influenza e outros vírus respiratórios em diversas partes do Brasil. A alta afeta especialmente jovens, adultos e idosos, com níveis de incidência moderados a altos em estados do Norte, Centro-Sul e no Ceará. O levantamento é referente à Semana Epidemiológica 18 (27 de abril a 3 de maio).
A situação também preocupa entre crianças de até dois anos, com crescimento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados ao vírus sincicial respiratório (VSR). Apesar disso, há indícios iniciais de estabilização ou queda de casos nessa faixa etária em regiões como o Centro-Oeste, onde o pico foi registrado entre fevereiro e março.
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, alerta que, mesmo com sinais de desaceleração em alguns estados, os níveis de SRAG por VSR ainda permanecem elevados.
O boletim destaca também que, embora a incidência de Covid-19 esteja baixa, o Sars-CoV-2 segue como principal causa de morte por SRAG entre idosos, seguido pela influenza A.
Vacinação e cuidados
Diante do avanço dos vírus respiratórios, a Fiocruz recomenda o uso de máscaras em locais fechados e com aglomeração, além do isolamento domiciliar em caso de sintomas. “Pedimos que os grupos elegíveis se vacinem contra a influenza A o quanto antes”, reforça Portella.
Estados e capitais em alerta
Atualmente, 13 estados apresentam níveis de alerta, risco ou alto risco para SRAG, com tendência de crescimento: Amapá, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Entre as capitais, 14 estão em situação semelhante: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Macapá, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Panorama nacional
Desde o início do ano epidemiológico de 2025, o país já registrou 50.090 casos de SRAG. Destes, 44,4% tiveram confirmação laboratorial para algum vírus respiratório. O VSR foi responsável por 40,4% dos casos positivos, seguido por rinovírus (27,2%), Sars-CoV-2 (18,6%) e influenza A (13%).
Nas últimas quatro semanas, o VSR respondeu por mais da metade (55,7%) das infecções respiratórias graves. Já entre os óbitos, o maior responsável continua sendo a influenza A (56,1%), seguida por Sars-CoV-2 (18%).