Petshop guardou computadores no mezanino e deixou animais no subsolo, aponta delegada
Publicado em 24 de maio de 2024 às 18:59
Uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul aponta que os computadores do petshop Cobasi, em Porto Alegre, foram guardados no mezanino para evitar que a água os atingisse, enquanto os animais foram deixados no subsolo, causando a morte dos bichos.
A delegada Samieh Saleh afirmou ao Uol que fez a constatação durante nova vistoria no petshop, realizada na manhã desta quinta-feira (23). Ela foi acompanhada de agentes do Ibama, do Comando Ambiental da Brigada Militar e do IGP (Instituto Geral de Perícias).
O mezanino não foi atingido pela enchente, informa a publicação. “Identificamos que os computadores, CPUs que estavam nos caixas no subsolo foram retirados e colocados no mezanino. Eles tiveram esse cuidado em retirar os eletrônicos, mas os animais ficaram embaixo”, disse Samieh.
Os agentes conseguiram retirar da loja 38 corpos, entre peixes, aves e roedores, mas o número pode ser maior. “Estava uma escuridão, fizemos uma busca em uma loja inteira com ajuda de lanternas, cheio de objetos no chão. Bem possivelmente que tenha bem mais”, afirmou a delegada. Uma lista dos animais que estavam na unidade foi solicitada à Cobasi. Os corpos encontrados nesta quinta serão analisados pelo IGP. A gerente do petshop já foi ouvida pela Polícia Civil, assim como representantes do Shopping Praia de Belas, onde fica a loja. Novos depoimentos devem acontecer nos próximos dias.
Cobasi se pronuncia
Em nota enviada ao Uol, a Cobasi reforçou que a loja teve que ser evacuada de forma emergencial. Segundo o comunicado, tudo foi colocado acima de um metro de altura do salão no dia 3. Porém, a água na noite do dia 4 e na madrugada do dia 5 chegou aos 3,5 metros de altura, ultrapassando a barreira de sacos de areia colocada na porta da unidade.
A empresa ainda diz que quatro CPUs foram levadas ao andar superior porque estavam a 20 centímetros do chão. “Porém todos os outros equipamentos relacionados aos checkouts permaneceram em suas posições originais (acima de 1 metro de altura) tais como: monitores, teclados, impressoras de cupom fiscal, teclados pin pad (para cartões de crédito/débito) e leitores de código de barras dos produtos”.
Os equipamentos não removidos foram danificados, afirma a loja. A gerência da unidade entendeu que não havia risco de inundação porque a água estava estabilizada às 18h30 do dia 4, segundo relato de um funcionário do shopping, diz o comunicado.
A Cobasi lamentou a morte dos animais e ressaltou que não havia cães ou gatos no local. “A Cobasi lamenta profundamente o ocorrido. A empresa ressalta ainda que está colaborando com as investigações realizadas pelas autoridades e que irá comprovar todas as informações relatadas acima nos autos”.