Polícia Federal liga senador do PL a desvios em emendas e pede investigação
Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 09:16
A Polícia Federal (PF) solicitou a abertura de um inquérito para investigar possíveis desvios de recursos relacionados a emendas parlamentares do senador Eduardo Gomes (PL-TO), atual 1º vice-presidente do Senado e ex-líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional. Gomes foi relator do orçamento de 2020 durante seu mandato.
Segundo informações do Metrópoles, o pedido da PF se deu dentro do inquérito da Operação Emendário, que investiga três deputados do PL denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante a análise de dispositivos eletrônicos apreendidos, a PF encontrou mensagens trocadas entre um ex-assessor de Eduardo Gomes, identificado como Lizoel Bezerra, e Carlos Lopes, secretário parlamentar do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA). Carlos Lopes é apontado pela PF como responsável pela elaboração de documentos e articulação de emendas parlamentares sob a coordenação de Maranhãozinho.
Nas mensagens, datadas de fevereiro de 2022, Lizoel Bezerra cobrava o pagamento de valores de Carlos Lopes, referentes a supostas porcentagens de emendas destinadas pelo senador Eduardo Gomes. A PF destacou que o esquema investigado segue o mesmo modus operandi, com a diferença de que os parlamentares envolvidos eram coordenados por Maranhãozinho.
Lizoel Bezerra cobrava um “saldo devedor” de R$ 1,3 milhão, solicitando o pagamento imediato de pelo menos R$ 150 mil para cobrir despesas de uma viagem. Em uma das mensagens, enviada em 17 de fevereiro de 2022, Lizoel.
“Bom dia, amigo. Me dá uma posição. Homem tá na agonia. Pagar contas e viajar”. A PF acredita que o “homem agoniado” seja o próprio senador Eduardo Gomes, já que Lizoel enviou um print de uma conversa com um interlocutor cujo nome e foto de perfil correspondem ao senador.
No dia seguinte, Lizoel voltou a cobrar Carlos Lopes, perguntando: “Bom dia, Carlos. Alguma novidade? A camionete chegou?”. Carlos respondeu que não havia recebido nada, “tanto na conta como no chão”, e Lizoel ordenou que ele ficasse de plantão na “porta da cs dos cara e resolva”. A PF destacou que, nas conversas, Lizoel demonstrava preocupação com o possível impacto do atraso nos pagamentos na atuação de Eduardo Gomes no “próximo orçamento”.