Município baiano enfrenta polêmica ao gastar R$ 1 milhão em festa durante estado de emergência
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 14:10
O município de Quijingue, localizado no norte da Bahia, tem sido alvo de críticas após decidir realizar a tradicional Festa de São Sebastião, cujo custo total é de R$ 1 milhão, em um cenário de estado de emergência fiscal decretado no início de janeiro de 2025. A festa acontece nesta terça-feira (21) e quarta-feira (22), e a decisão da Prefeitura gerou embates judiciais e acalorada discussão pública.
Embate judicial
O Ministério Público da Bahia (MPBA) solicitou à Justiça a suspensão do evento, alegando que os gastos são incompatíveis com a situação financeira do município e ressaltando a precariedade dos serviços básicos, especialmente na saúde. No entanto, o pedido foi revogado pela presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), desembargadora Cynthia Resende, que suspendeu a liminar impedindo o festejo.
Custos e contratação de artistas
Dos R$ 1 milhão investidos, R$ 970 mil foram destinados à contratação de artistas renomados, como:
- Solange Almeida – R$ 280 mil
- Tayrone – R$ 220 mil
- Toque Dez – R$ 200 mil
- Devinho Novaes – R$ 170 mil
- Acácio Ferinha da Bahia – R$ 60 mil
- Favorita A Mais Gostosa da Bahia – R$ 40 mil
Os custos restantes incluem iluminação, palco e segurança, fundamentais para a estrutura do evento.
Apesar da festa, o município enfrenta uma situação preocupante no atendimento básico, especialmente na saúde. Unidades de Saúde da Família, como as USF Padre Francisco de Souza e USF Valdete Carvalho de Abreu, foram apontadas pelo MPBA como locais necessitando de reformas urgentes devido às condições insatisfatórias.
O Procurador-Geral de Quijingue, Marcos Leone, admitiu as dificuldades econômicas da cidade, mas defendeu o evento, argumentando que a festa possui valor cultural significativo e que os contratos somente seriam firmados após estabilizar as finanças do município.