Em meio à polêmica, representante de plano de saúde se posiciona sobre entrave no piso da enfermagem
Publicado em 24 de julho de 2024 às 18:19
Tema de constante debate, o pagamento do piso da enfermagem no Brasil ainda vem gerando debates acalourados. No ramo empresarial, durante o evento Integra Meeting, realizado este mês em Salvador, não foi bem recebida uma fala de Jorge Oliveira, que tem passagem em empresas de auditoria e consultoria de porte internacional e, atualmente, atua como Diretor Executivo do Grupo Promédica e Diretor Presidente da Prodal Saúde S/A, concessionária do Hospital do Subúrbio.
Fontes, que preferem não se identificar com receio de represálias em razão da força do grupo econômico comandado por Oliveira, denunciaram ao BNews que em sua fala no evento, o diretor teria se colocado contra o pagamento do piso nacional da enfermagem. Ainda de acordo com a denúncia, o epresentante do Grupo Promédica teria incitado a platéia formada por empresários do setor de saúde a também resistir ao cumprimento da legislação.
Oliveira, em contato com o Portal BNews, afirmou que trata-se de uma “informação completamente distorcida”. Ele reconheceu que “o piso da enfermagem aumentou substancialmente os custos dos serviços de saúde”, mas destacou: “Lei é lei e tem que ser cumprida, embora os impactos principalmente nas regiões norte e nordeste sejam por demais relevantes. Esse mesmo entendimento teve o STF que declarou a necessidade de negociar pisos regionalizados”.
O Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA) também foi procurado pela reportagem e disse que “tem acompanhado atentamente todas as discussões e manifestações relacionadas ao piso salarial da enfermagem”. O Coren-BA afirmou não ter “conhecimento prévio das declarações específicas feitas por esse gestor”, mas reiterou a defesa do piso: “Gostaríamos de reafirmar nossa posição clara e inabalável em defesa do piso salarial da enfermagem. Essa conquista é justa e necessária, fruto de anos de luta e dedicação dos profissionais de enfermagem, que merecem uma remuneração digna e condizente com a relevância de suas funções”.