Após ser preso no aeroporto de Maceió, o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi encaminhado à Penitenciária Masculina Baldomero Cavalcanti de Oliveira, que enfrenta superlotação. Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, o presídio abriga atualmente 1.321 presos — 429 além da capacidade máxima de 892.
Por ter sido chefe de Estado, Collor foi levado para uma ala especial, onde ocupa uma cela individual, diferente das demais: sem grades, apenas com uma porta. A área é considerada mais limpa e organizada, segundo o Sindicato dos Policiais Penais de Alagoas.
O ex-presidente foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em um processo da Operação Lava Jato que investigou irregularidades na BR Distribuidora. A prisão ocorreu na madrugada desta sexta-feira (25).
No mesmo presídio, estão também o advogado e influenciador João Neto, preso por violência doméstica, e o ex-policial militar e influenciador Kel Ferreti, condenado por estupro.
Inaugurada em 1999, a unidade dispõe de parlatórios para advogados, espaço para celebrações religiosas e abrigo para familiares de detentos. Apesar da infraestrutura, a penitenciária enfrenta desafios com a segurança: apreensões de objetos ilícitos são frequentes. Em novembro do ano passado, policiais penais flagraram duas mulheres tentando entrar com maconha escondida em bananas.
Collor foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou recursos da defesa contra a condenação. A decisão é analisada no plenário do STF, mas com pedido do ministro Gilmar Mendes, o caso deve ser transferido para julgamento no plenário físico. Até lá, o ex-presidente seguirá detido.