Faleceu na madrugada desta quinta-feira (24), aos 87 anos, o cantor, ator e performer Edy Star, um dos grandes ícones queer do Brasil. O artista baiano estava internado no Complexo Hospitalar Heliópolis, em São Paulo, após sofrer um acidente doméstico há quase uma semana.
Edy havia sido transferido de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para o hospital na última terça-feira (22). Nas redes sociais, o jornalista e amigo Ricardo Santhiago, autor da biografia do artista,“Eu Só Fiz Viver: A História Oral Desavergonhada de Edy Star”, vinha compartilhando atualizações sobre o estado de saúde do cantor e chegou a fazer um apelo por atenção ao caso.
O cantor Edy Star ficou conhecido por seu papel de destaque no movimento tropicalista e por integrar o lendário álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das 10, ao lado de Raul Seixas, Miriam Batucada e Sérgio Sampaio. Com sua estética ousada e atitude provocadora, foi pioneiro na representação LGBTQIA+ na música nacional, desafiando convenções e abrindo espaço para a diversidade nos palcos.
Em nota, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), manifesta profundo pesar pelo falecimento do cantor, compositor, ator e performer baiano Edy Star;
Natural de Juazeiro, o artista marcou a história da cultura brasileira com ousadia, irreverência e autenticidade. Dono de uma trajetória multifacetada, foi pioneiro ao imprimir uma identidade artística única, rompendo barreiras estéticas e sociais em um tempo em que ser diferente era ainda mais desafiador.
Edy eternizou seu nome ao lado de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada no antológico álbum “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10” (1971), e construiu uma carreira marcada por liberdade criativa, coragem e paixão pela arte. Ícone queer da música nacional, ele foi a voz e o corpo da diversidade muito antes que o tema fosse pauta na sociedade.
Sua recente trajetória também foi retratada em uma biografia e um filme, que celebram sua contribuição única à cultura brasileira. Edy deixa, ainda, um projeto musical em homenagem a Raul Seixas, reforçando os laços de amizade e arte que marcaram sua vida.
“Edy Star será lembrado como um artista à frente de seu tempo, que abriu caminhos para novas gerações com sua arte livre e transformadora. O legado dele seguirá inspirando a todos nós”, lamentou o secretário Bruno Monteiro.
A SecultBA se solidariza com familiares, amigos, fãs e admiradores neste momento de dor e despedida.