Filhos de Elize Matsunaga e Nardoni enfrentam a Justiça para apagar sobrenomes dos pais
Publicado em 11 de abril de 2025 às 10:33
Em uma tentativa de reescrever suas histórias ese libertar do peso de sobrenomes associados a crimes brutais que marcaram o Brasil, diversos criminosos notórios — e até seus familiares — têm recorrido à Justiça para mudar seus nomes.
A estratégia vai além da simples formalidade burocrática: ela reflete uma busca por aceitação social, anonimato e até recomeço. Casos recentes, revelados pelo colunista Ulisses Campbell, da True Crime, do O Globo, mostram como essa prática tem se intensificado, especialmente após mudanças na legislação que facilitaram alterações nos registros civis.
Um dos casos mais emblemáticos é o de Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Matsunaga, em 2012. Desde que saiu da prisão, Elize tem travado uma batalha judicial com os ex-sogros, Mitsuo e Misako Matsunaga, que têm a guarda da filha do casal e buscam anular sua maternidade. Hoje, a filha do casal tem 14 anos.
Ao mesmo tempo em que luta para recuperar o vínculo com a filha, Elize já apagou o próprio sobrenome Matsunaga de seus documentos. Atualmente, ela se apresenta como Elize Araújo Giacomini, numa tentativa de romper com o estigma do crime.
O mesmo caminho foi seguido por Anna Carolina Trotta Jatobá, condenada pelo assassinato da enteada Isabella Nardoni, em 2008. Ao deixar a prisão, ela abandonou o sobrenome do ex-marido e cúmplice, Alexandre Nardoni, e voltou a usar apenas os nomes de solteira. Os dois filhos do casal também deixaram de lado o “Nardoni”, adotando apenas o sobrenome materno e “Alves”, do avô paterno. Anna Carolina ainda solicitou cidadania italiana para os filhos — um gesto que pode indicar o desejo de começar uma nova vida fora do país.