Salvador é a quinta capital com o maior número de pessoas em situação de rua no Brasil. Ao todo, mais de 10 mil soteropolitanos estão nesse estado, de acordo com dados de uma pesquisa divulgada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na última segunda-feira (14).
Esse cenário brutal pode ser observado em vários pontos espalhados pela capital baiana, como nas imediações do BRT Cidadela, às margens da Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM).
A alta concentração de moradores de rua, muitos deles também usuários de drogas, tem gerado insegurança aos trabalhadores que circulam diariamente pelo cruzamento das avenidas ACM e Paulo XI, no bairro do Itaigara, nos últimos seis meses — que temem que a região vire uma nova Cracolândia.
O fluxo costuma se intensificar principalmente à noite, chegando a ultrapassar 30 pessoas. A situação também tem aumentado a incidência de assaltos — cada vez mais frequentes na região.
A localidade possui diversos prédios empresariais. Um deles, o Edifício Duarte da Costa, estava sendo utilizado como “abrigo” pelos moradores de rua.Devido a isso, a administração precisou instalar tapumes para impedir a “estadia” dos moradores de rua.
Teve um período em que o Duarte [da Costa] estava aberto ali, sem os tapumes, e houve uma grande frequência de usuários aqui na região. Mas eles fecharam ali e agora a gente já não vê mais essa frequência, porque veio o pessoal da prefeitura e da polícia civil e tirou eles do prédio”, afirmou uma mulher que teve a identidade preservada.
Pela manhã, o local registra um fluxo menor de moradores de rua, que termina se intensificando à noite. Em conversas com transeuntes, a reportagem recebeu relatos de assaltos, importunações, uso de drogas e até relações sexuais feitas a céu aberto pelo moradores de rua.
Alguns funcionários do edifício empresarial Thomé de Souza, que fica ao lado do Duarte da Costa, relataram que já escaparam de assaltos na região em diversas oportunidades.
De acordo com relatos, alguns viciados têm utilizado, inclusive, um posto de combustível que fica nas imediações do local para fazer necessidades fisiológicas e, em alguns casos, praticar assaltos e relações sexuais. Ou seja, a atuação dos grupos têm gerado problemas de segurança e saúde pública.