Angustiados, os familiares de Tainara Santos, 27 anos, buscam há seis meses o corpo da jovem, que foi morta pelo ex-marido, atualmente preso, mas que não revelou a localização do cadáver. Amigos e familiares criticam a falta de respostas sobre onde está o corpo da jovem.
Trancista e mãe de duas filhas, de 11 e 2 anos, a jovem desapareceu em Mutecho e Acutinga, na Bacia do Iguape, em Cachoeira (BA). Tainara viveu um relacionamento de seis anos com George da Silva, seu ex-companheiro e pai da criança de dois anos. Segundo familiares, essa relação foi marcada por violência e medo. Após o término do relacionamento, Tainara obteve uma medida protetiva contra ele.
Apesar da providência legal, George e Tainara se encontraram no dia 9 de outubro. A família não sabe o motivo. Tainara foi vista às 7h da manhã com o ex-companheiro e, algum tempo depois, foi avistada em uma lan house acompanhada de mais três homens. No mesmo dia, o irmão de Tainara também a encontrou sentada em uma praça, junto ao ex-companheiro. Ele foi a última pessoa a vê-la.
Em dezembro do ano passado, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) registrou a denúncia contra George por extorsão, ameaça, feminicídio e ocultação de cadáver. Nos dias 26 e 27 de março, ocorreram as primeiras audiências de instrução e julgamento do caso. Atualmente, George encontra-se preso, mas não revelou os detalhes do crime nem a localização do corpo da jovem. A família cobra do poder público ações para encontrar o corpo da vitima e também da prefeitura local um apoio psicologico para as filhas de Tainara.
A irmã da vitima, Itamara Santos, foi ouvida pelo Instituto Odara -entidade ativista que luta pelos direitos das mulheres- e compartilhou o desejo das sobrinhas de encontrar uma resposta.
É um sentimento de revolta porque a gente não acha nada de Tainara, a gente não sabe como Tainara foi assassinada. As filhas de Tainara, todo dia, pedem tanto a mim, quanto à mainha, uma resposta. Quando a gente sai, elas acham que a gente vai sair e vai chegar com a resposta de onde está a mãe delas”. pontuou
Itamara também destaca a suspensão do apoio psicológico oferecido anteriormente à sobrinha.
“A mais velha começou a receber apoio psicológico na escola em que estuda, mas esse apoio foi interrompido”, relata a tia.
Em busca de soluções, familiares, amigos e ativistas realizaram um ato para cobrar do poder público investigações sobre o corpo da vítima. A iniciativa ocorreu na manhã da última quarta-feira, em frente a Câmara Municipal de Cachoeira.