No final do mês passado, entregadores de delivery por aplicativos anunciaram uma paralisação em diversas cidades, sendo Salvador uma das capitais brasileiras afetadas com o movimento. O movimento, conhecido como “breque dos apps”, reuniu trabalhadores de 59 cidades em reinvindicação por aumento da taxa mínima para R$ 10 por corrida e a elevação do valor por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50, além da regulamentação da profissão.
Pouco mais de uma semana depois, na manhã desta quinta-feira (10), o assunto voltou à tona com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), ele participou da inauguração da nova unidade do SineBahia – Casa do Trabalhador,no Terminal da Estação de Metrô Pituaçu, em Salvador, e foi questionado sobre o movimento.
“Estamos atentos, quero cumprimentar e parabenizar o movimento, é muito importante o movimento para ajudar a debater, refletir e pressionar as empresas para assentar a mesa”, iniciou antes de revelar que o iFood, principal alvo das manifestações, que também abrange outras empresas como Uber Flash e 99 Entrega, dificultou as negociações para um acordo com os trabalhadores.
“Quando nós organizamos o projeto dos motoristas, teve uma mesa dos motoristas e teve uma mesa dos motociclistas, e as empresas, como a iFood, por exemplo, acabou inviabilizando que chegasse uma proposta, um acordo entre eles”, relatou.
No entanto, o ministro se mostrou otimista para um entendimento entre empresas e trabalhadores, e garantiu atuar em busca do acordo. “O que o governo faz é estimular que as partes conversem para, a partir daí, você formalizar um projeto que o congresso poderia analisar para regulamentar. O projeto dos motoristas está tramitando na Câmara Federal, deve ser retomado agora, pós-páscoa, e eu tenho a expectativa de que ele seja aprovado. Mas daí nós vamos aumentar com a pressão as empresas de entregas por moto, para poder. Voltar a mesa e sentar e fazer”.
Por fim, Luiz Marinho voltou a elogiar o movimento de luta da categoria e revelou outras ações que estão sendo estudadas para ajudar os motociclistas que atuam na área.
“Nós estamos inteiramente à disposição e desejosos que a gente consiga chegar em um projeto que possa enquadrar as empresas, garantir direito aos que trabalham com motos, os motociclistas, e possa ter previdência, possa ter transparência, possa ter uma remuneração adequada. Tem muita gente com muita dificuldade e estamos debatendo na sequência a ideia de ter uma política de crédito, para que eles possam, quem aluga a moto, poder ter sua própria moto. Tudo isso é um processo de construção, portanto o movimento é muito importante, portanto eu vi com muito bons olhos”.