ARTIGO: PAU NA MÃO

ARTIGO: PAU NA MÃO

“Ôi o samba do velho é com pau na mão, é com a mão no pau é com o pau na mão”.
Seu Nelito costumava entoar este samba de roda e na sequência caía no samba, tendo nas mãos uma falsa bengala, representada por um cabo de vassoura.

Meu velho pai morreria de novo se visse a marca usada hoje, para identificar pessoas com mais de 60 anos: uma figura encurvada, com uma bengala na mão. Lastimável caricatura!

Este atual “samba de mal gosto” identifica caixas, vagas em estacionamento, filas em órgãos diversos, onde a prioridade são as pessoas idosas.

Igual insensibilidade se expressa também para identificar pessoas com deficiência, representadas somente por cadeirantes. Quanta estreiteza mental dos que pensam em assim nos representar.

Cadê as agências de criação? Exercitem criatividades, em favor de uma expressão menos discriminatória e mais próxima do que realmente somos: pessoas de gerações e fisicalidades diversas, que merecem tratamento digno e respeitoso.

Em Salvador já existe lei municipal que obriga todos os estabelecimentos públicos a representarem as pessoas com mais de sessenta anos, com um sugestivo 60 +, Mas a lei ainda anda longe de ser cumprida.
Com o “pau na mão”, estaremos só mesmo na hora de sambar.

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