Base Comunitária do Bairro da Paz transforma vidas e fortalece laços com a comunidade
Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 08:50
A trajetória de Matheus Carvalho, estudante de Fisioterapia da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), é um exemplo do impacto positivo das ações sociais da Polícia Militar da Bahia (PMBA). Ex-aluno do curso preparatório da Base Comunitária de Segurança (BCS) do Bairro da Paz, ele viu sua vida mudar desde que ingressou no projeto em 2017, aos 14 anos.
Morador de São Cristóvão, Matheus encontrou na BCS uma oportunidade para crescer. “Aqui foi uma porta aberta para a realização dos meus sonhos”, afirma. Além do cursinho pré-Ifba, ele participou do projeto Jovem Aprendiz, onde estagiou por dois anos em uma empresa parceira da PM.
Desde sua criação, em 2012, a BCS tem promovido diversas iniciativas que vão além da segurança pública, aproximando a comunidade da polícia. O soldado e advogado Salatiel Santos dos Santos, que trabalha na unidade desde sua fundação, testemunhou essa transformação. “Nos primeiros anos, a Base não era como é hoje. Intensificamos os projetos sociais e a população passou a nos procurar, muito mais do que pelos patrulhamentos”, relata.
O trabalho social também conta com o apoio de voluntários como Edson Ventura, professor e técnico de boxe, que ampliou o número de alunos no projeto esportivo da BCS. “O esporte traz disciplina e afasta os jovens do caminho errado. Quando uma criança me diz: ‘professor, você vai me fazer campeão’, me sinto realizado”, afirma Edson, que já formou cerca de 100 atletas.
Entre esses jovens está sua filha, Thifany Amorim, campeã brasileira e baiana de boxe na categoria juvenil. “A Base nos acolheu da melhor forma. Não só o projeto, mas todas as crianças do bairro”, destaca a atleta.
A desenvolvedora de software e arte-educadora Letícia Argolo também encontrou uma nova perspectiva ao ingressar como voluntária. “Eu achava que a polícia estava ali para somar à violência, mas, ao ouvir os relatos dos policiais, vi que eles transformam armas em canetas”, relata.
O professor de História Mem Costa de Sousa, morador do Bairro da Paz há 37 anos, reconhece a evolução da relação entre a PM e a comunidade. “Hoje, nossa Base é referência, talvez a melhor do Brasil”, afirma.