Oficinas de vestuário estão encerrando suas atividades no distrito de Panyu, em Guangzhou, conhecido informalmente como “Vila Shein”, em meio à queda na demanda da gigante chinesa de fast fashion. A retração tem como principal causa a revogação da isenção de impostos para pequenas remessas internacionais, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A medida, que entra em vigor em 2 de maio, põe fim à política “de minimis”, que isentava de tarifas remessas com valor de até US$ 800. A nova regra impõe um desafio extra à já fragilizada economia chinesa, que enfrenta lentidão no crescimento e dificuldades no setor imobiliário.
As consequências já são visíveis nas ruas estreitas de Panyu, onde pilhas de pacotes da Shein se acumulam em lojas recém-abertas. Segundo funcionários, os pedidos caíram significativamente em 2024, levando ao fechamento de metade dos cerca de 20 fornecedores que operavam em um único prédio da região.
“Oficinas fecharam em todos os lugares em apenas dois meses”, relatou Li Lianghua, empresário da província de Hunan. A Shein tem incentivado fornecedores a transferirem suas operações para o Vietnã, na tentativa de driblar os impactos da nova tarifação. No entanto, empresas menores afirmam não ter condições financeiras para acompanhar o movimento.
Apesar de um aumento de 9% nas exportações chinesas para os EUA em março,impulsionado por um movimento antecipado para escapar das novas tarifas, especialistas projetam queda a partir de maio, diante de tarifas de até 145% sobre produtos chineses.