O deputado federal Delegado Caveira (PL-PA) provocou forte repercussão nesta semana ao levar um fuzil calibre 5.56 mm e uma pistola .40 para dentro de seu gabinete na Câmara dos Deputados. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar aparece ao lado do vereador bolsonarista Zezinho Lima, que segura o fuzil, enquanto Caveira exibe a pistola. Ambos defendem o porte de armas para “cidadãos de bem”.
Segundo o vereador, as armas são de propriedade do deputado, que é policial civil licenciado. No entanto, a presença de armamento desse calibre dentro do Congresso Nacional contraria normas internas e levanta questionamentos sobre segurança. Civis são proibidos de portar fuzis, e mesmo agentes licenciados precisam seguir restrições legais, como não portar armamento ostensivamente em áreas com grande circulação de pessoas.
A gravação levou o deputado Rogério Correia (PT-MG) a protocolar pedido de busca e apreensão das armas, além de representar o caso à Corregedoria Parlamentar, ao Conselho de Ética e à Procuradoria-Geral da República. Para Correia, a atitude configura risco à segurança da Câmara e afronta o funcionamento democrático do Legislativo.
“É uma violação clara das regras da Casa. A entrada e exibição dessas armas aconteceram sem autorização da Polícia Legislativa”, destacou o parlamentar petista, pedindo apuração de possíveis crimes e infrações disciplinares.
Em resposta, Delegado Caveira confirmou o episódio e afirmou se sentir ameaçado, publicando em suas redes sociais: “Doa a quem doer”. Membro da chamada Bancada da Bala, ele é conhecido por posições polêmicas, como a defesa da pena de morte.
O caso reacende o debate sobre o porte de armas por parlamentares e evidencia falhas nos protocolos de segurança da Câmara dos Deputados.