Empresários são presos em esquema de R$ 1,4 bilhão no DNOCS na Bahia

Empresários são presos em esquema de R$ 1,4 bilhão no DNOCS na Bahia

A Polícia Federal revelou um elaborado esquema de fraudes licitatórias e desvios de recursos públicos envolvendo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e a empresa baiana Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda. A investigação, denominada Operação Overclean, aponta que os empresários Fábio Rezende Parente e Alex Rezende Parente, proprietários da empresa, lideravam as práticas ilícitas, que resultaram em prejuízos estimados em R$ 1,4 bilhão.

Iniciada após irregularidades em contratos de pavimentação, a apuração identificou superfaturamento e serviços de baixa qualidade em obras viabilizadas pela empresa, fundada em 2017 com um capital social inicial de apenas R$ 30 mil e que hoje ultrapassa R$ 16 milhões.

Entre 2021 e 2022, a Allpha Pavimentações firmou contratos que somam R$ 150 milhões com o DNOCS. O primeiro deles, derivado do Pregão Eletrônico SRP nº 003/2021, envolvia serviços de pavimentação asfáltica em municípios baianos e deu origem a três contratos homologados pela Coordenação Estadual do DNOCS na Bahia, totalizando mais de R$ 40 milhões.

A análise revelou uma trajetória de transformação expressiva da empresa, inicialmente dedicada ao comércio atacadista de alimentos, para o segmento de pavimentação e construção civil. Em 2019, após mudanças societárias, incluindo a entrada dos irmãos Rezende Parente e da FAP Participações Ltda., a companhia estabeleceu novos acordos com o DNOCS, que a alçaram ao posto de uma das principais fornecedoras da instituição.

Localizada  no bairro do Pau Miúdo, em Salvador, a empresa migrou para Simões Filho, na Região Metropolitana, antes de ocupar um endereço nobre no Caminho das Árvores, em Salvador. Essa evolução acompanhou o crescimento dos contratos, que colocaram a Allpha em destaque no setor de pavimentação e construção pública.

A prisão dos dois empresários e a exposição das fraudes reforçam os desafios de transparência nas contratações públicas e os prejuízos aos cofres públicos. A Operação Overclean evidencia a necessidade de rigor no controle de recursos destinados a obras essenciais para a população.

As investigações continuam, e os suspeitos enfrentarão acusações de organização criminosa, fraude em licitação e peculato, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão.

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