Quiosque na orla da Boca do Rio vira abrigo para pessoas em situação de rua

Quiosque na orla da Boca do Rio vira abrigo para pessoas em situação de rua

A orla de Boca do Rio, em Salvador, enfrenta uma realidade de abandono que preocupa moradores e frequentadores. A área, conhecida por sua vista privilegiada e potencial para o turismo e lazer, agora tem sido ocupada por pessoas em situação de rua, que usam o espaço como abrigo, inclusive quiosques abandonados, onde deixam seus pertences espalhados pela região.

Quem passa pelo local encontra colchões, cobertores, roupas e outros objetos pessoais espalhados, evidenciando a presença de pessoas que buscam refúgio na orla por falta de alternativas. Com isso, moradores relatam um aumento da sensação de insegurança nos espaços de convivência, como as praças e calçadões que compõem a orla.

Um ponto destacado por residentes é a falta de assistência adequada para as pessoas que estão na rua. Sem um suporte eficaz para reinserção social e acesso a abrigos, essas pessoas permanecem no local, muitas vezes sem condições básicas de higiene e alimentação, o que reforça o ciclo de abandono da área.

Em agosto deste ano, a reportagem já tinha apontado cenário semelhante no calçadão de Amaralina, outra área da orla de Salvador. Quem passava por lá se deparava com situações de pobreza extrema, que se tornaram uma realidade diária para pedestres e moradores da região. As calçadas estavam ocupadas por abrigos improvisados, onde essas pessoas buscam proteção contra a chuva e o frio, vivendo em total vulnerabilidade.

De acordo com a pesquisa realizada pela prefeitura em 2023, com dados divulgados em 2024, a cidade tem 5.130 pessoas em situação de rua. Entre elas, 3.949 são homens, 975 são mulheres, 103 são pessoas trans ou travestis, e outras 103 não responderam. O levantamento revela como o desamparo social atinge principalmente a população negra: 3.265 dessas pessoas são pretas, evidenciando o impacto desproporcional que essa situação tem em determinados grupos.

O estudo também detalha que, entre as pessoas em situação de rua, há 1.513 pardos, 208 brancos, 33 indígenas, 15 amarelos, e 96 que não responderam. Em relação à faixa etária, 4.175 são adultos entre 18 e 59 anos, 479 são idosos, 275 são crianças, e 98 são adolescentes.

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