Casa Branca recebe título de propriedade e anuncia reformas
Publicado em 5 de setembro de 2024 às 16:07
Nesta quinta-feira (5), A escritura foi entregue à ialorixá Mãe Neuza de Xangô durante uma visita de gestores municipais ao local.O Terreiro Casa Branca, localizado no Engenho Velho da Federação, recebeu da Prefeitura de Salvador um título de propriedade que regulariza sua situação fundiária e assegura a proteção do templo religioso
O secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, destacou a importância do documento: “A entrega deste título significa justiça sendo feita, pois o terreiro é da comunidade de axé, do povo santo. Este título institucionaliza e assegura legalmente a propriedade deste território frente aos poderes públicos, independente de quem esteja na gestão.”
O procurador-geral de Salvador, Eduardo Porto, reforçou que o título de propriedade abrange a área onde será construído o novo memorial. “A Casa Branca tinha apenas a posse de parte dessa área, que agora passa a ser de propriedade do terreiro. A escritura definitiva dá segurança jurídica para o desenvolvimento das ações do local, eliminando os riscos e constrangimentos causados pela construção irregular vizinha”, explicou.
Antes da finalização do projeto de reforma, serão realizadas melhorias estruturais no espaço. O templo passará por capinação, roçagem e adequação de rampas de acessibilidade. “Também vamos instalar muros de proteção, pois sabemos que essa área foi vítima de muitas invasões nas últimas décadas”, disse Pedro Tourinho. “Estamos trabalhando para valorizar e fortalecer os terreiros de candomblé de Salvador. Este ano, vamos restaurar mais de 100 espaços como esses e temos a meta de alcançar 1,5 mil terreiros em quatro anos pelo projeto Casa Odara.”
O Terreiro da Casa Branca é o templo de matriz africana mais antigo do Brasil, fundado por três mulheres africanas da nação nagô por volta de 1830. A mudança para o Engenho Velho ocorreu devido à perseguição das manifestações religiosas divergentes do catolicismo. Em 1984, o Iphan tombou a Casa Branca como Patrimônio Histórico do Brasil, um reconhecimento homologado em 1986.