Tarifaço de Trump: entenda os impactos para o agronegócio brasileiro
Publicado em 7 de abril de 2025 às 10:25
O Brasil ficou no grupo com a taxação mínima de 10% imposta pelo governo de Donald Trumpaos produtos importados, conforme lista revelada nesta quarta-feira (2), também chamado pelo republicano como “Dia da Libertação”.
Apesar de estar longe das tarifas levantadas para outros países — com máximo de 50% —, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que a ação contra o Brasil causará impacto considerado “crítico” ou “alto” em 19 produtos do agronegócio.
O país comandado por Donald Trump é o terceiro principal destino dos produtos agropecuários brasileiros, atrás apenas de Chinae União Europeia.
Segundo a CNA, os produtos mais afetados pelo tarifaço serão aqueles em que o Brasil é o maior fornecedor do mercado americano e não enfrenta concorrência relevante de outros produtores, sendo o único ou o principal afetado.
É o caso do café verde e do suco de laranja, por exemplo, que têm os Estados Unidos como um dos principais compradores.
Entre os produtos críticos, está a carne bovina industrializada. Isso significa que o desvio do fluxo de importação é praticamente impossível dado o alto grau de dependência do mercado americano, na avaliação da CNA.
Já o suco de laranja e o café verde têm impacto classificado “alto”, o que sinaliza que esses produtos encontrarão dificuldades para serem absorvidos por outros mercados.
“A elevação das alíquotas de importação sobre estes produtos pode minar a competitividade do Brasil neste mercado, impactando os rendimentos do produtor. No caso dos sucos de laranja, os EUA contam com alguma produção no mercado doméstico, que seria muito favorecida em relação à alternativa brasileira”, diz a CNA em nota técnica.