Os recordes na arrecadação federal não param e o governo insiste em ficar no vermelho
Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 08:07
A máquina de arrecadação do governo federal continua a registrar recordes mensais, mas as contas públicas permanecem no vermelho. Apesar do crescimento real da arrecadação federal entre janeiro e novembro de 2023, o setor público consolidado acumula um ano e meio de déficits primários em um período de 12 meses. A dívida pública atingiu 77,8% do PIB em novembro, um aumento de 6,3 pontos percentuais desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com a Warren Investimentos, a alta do dólar, que superou R$ 6 após o anúncio de um modesto pacote de corte de gastos, contribuiu significativamente para o aumento da arrecadação.
O aquecimento da economia, medidas legislativas propostas pelo Executivo em 2023 e o aumento no custo das importações foram os principais fatores para o crescimento da receita.
A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado Federal, estima um déficit primário de R$ 49,3 bilhões em 2024. Segundo a instituição, a receita deve crescer 8,4% e as despesas, 1,1% em termos reais em relação a 2023. O pagamento dos precatórios no final de 2023, que não se repetirá este ano, influenciou a desaceleração no crescimento dos gastos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrou-se mais otimista, nesta terça (7) em entrevista à GloboNews, afirmando que o déficit fiscal primário em 2024 deve ser de 0,1% do PIB. O arcabouço fiscal permite um déficit de até 0,25% do PIB para 2024, equivalente a R$ 28,8 bilhões.
As expectativas de Haddad estão distantes das projeções realizadas pelo mercado financeiro, que estima que o ano passado fechou com um resultado primário negativo de 0,5% do PIB