‘Feito por quem anda em carros blindados e com seguranças armados’, afirma Davi Gallo sobre decreto que limita forças policiais
Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 08:48
O promotor de Justiça Davi Gallo, com cerca de 30 anos de experiência na área criminal, criticou o decreto do Governo Lula que restringe o uso de armas e reduz a força policial em algumas situações. Ele afirmou que a medida representa uma “caça às bruxas contra as forças de segurança pública”.
À reportagem, o promotor do Ministério Público da Bahia (MPBA) expressou grande preocupação com o decreto que, segundo ele, foi elaborado por pessoas desconectadas da realidade das forças de segurança.
“Sinceramente esse decreto que se avizinha ser posto em execução, é algo que me traz grande preocupação, pois foi pensado e redigido por pessoas que andam em carros blindados e cercados de seguranças fortemente armados e não conhecem a realidade que estamos vivenciando”, avaliou.
Ele pontuou que as ações policiais estão sendo excessivamente questionadas e estigmatizadas, o que pode prejudicar a confiança e a eficácia das operações, colocando em risco tanto os agentes quanto a população.
“O primeiro e mais importante é que estamos vivendo uma guerra de verdade contra grupos de crimes altamente organizados que se utilizam de armamento sofisticado e numerosos. Querer culpar a polícia pela violência é, ao meu sentir, algo injusto e totalmente perigoso para o conjunto da sociedade que, mesmo com policiais nas ruas, corre risco de morte diariamente”, reforçou.
O promotor também criticou a ausência de consultas públicas sobre as diretrizes do decreto, defendendo que tais medidas deveriam ser discutidas com a sociedade, especialmente em comunidades vulneráveis. “Antes de impor medidas como essas, é necessário dialogar com a sociedade civil por meio de audiências públicas, sobretudo em áreas dominadas pelo crime organizado”, disse.