Ex-atriz da Globo é condenada após acusações de trabalho escravo
Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 11:25
Uma das veteranas mais reconhecidas da TV, a atriz Maria Padilha, foi condenada pela Justiça a pagar R$ 27.474,89 a uma ex-funcionária doméstica. O caso foi mantido em segredo de Justiça até recentemente. As informações são do colunista Daniel Nascimento.
De acordo com os autos do processo, a funcionária foi contratada em outubro de 2019 sob a promessa de trabalhar de segunda a sexta-feira. Contudo, segundo a empregada, a rotina logo mudou, passando a incluir seis dias de trabalho por semana, começando às 5h e terminando, frequentemente, após as 22h.
A ex-funcionária afirmou ainda que acumulava tarefas como limpeza da casa, preparo de refeições, cuidados com o filho da atriz e compras de supermercado. Ela relatou que só conseguia “tirar 10 minutos de pausa para o almoço”, devido ao ritmo intenso.
Além das condições de trabalho, a funcionária, que morava em Além-Paraíba, Minas Gerais, disse que a atriz arcava apenas com metade das despesas de transporte entre as duas cidades, o que aumentava os custos do emprego.
O vínculo de trabalho chegou ao fim em dezembro de 2019, após a funcionária ter comentado, por mensagem, que considerava a situação semelhante a “trabalho escravo”. Segundo os autos, ao tomar ciência da conversa, Maria Padilha decidiu encerrar o contrato.
Durante o processo, foi revelado que a atriz não registrou a funcionária em carteira, mas exigiu um contrato de confidencialidade para impedir que informações sobre sua casa fossem divulgadas. A Justiça condenou a atriz ao pagamento de férias, 13º salário, FGTS, vale-transporte, multas e uma indenização por danos morais.
Maria Padilha chegou a propor um acordo de R$ 4.500, mas a oferta foi recusada. Até o momento, a atriz não se manifestou sobre a condenação.