Véspera de Natal agitada em Alphaville

Véspera de Natal agitada em Alphaville

Véspera de Natal agitada em Alphaville

O empresário e ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória (BA), Carlos André de Brito Coelho, inicialmente com a prisão preventiva mantida pela juíza federal Dayana Biao de Souza Moinhos Muniz, foi solto na terça-feira pelo desembargador federal João Batista Moreira durante o plantão judicial. Detido no condomínio Alphaville 1, em Salvador, no âmbito da Operação Overclean, Carlos André tentou justificar sua soltura alegando problemas de saúde e argumentou que sua relação de amizade com Alex Rezende Parente, apontado como um dos líderes do esquema, não comprova sua participação nos crimes investigados.

De acordo com a magistrada, Carlos André demonstrou influência direta em decisões que envolviam agentes públicos. Em um dos episódios relatados, ao ser informado por Alex Rezende Parente de que um servidor da Prefeitura de Salvador questionava um ajuste com a empresa Larclean Ambiental Ltda., o empresário classificou a atitude como “ousadia” e afirmou que o funcionário “tomaria um esporro”. Para a juíza, isso evidencia que os negócios do custodiado ultrapassam a esfera particular.

As investigações apontam que os valores recebidos por Carlos André ultrapassam significativamente a alegada venda de um veículo a Alex Rezende Parente. Segundo a juíza federal Dayana Muniz, a transação mencionada pelo empresário não foi comprovada, mesmo nos limites preliminares da análise judicial.

Rogério Magno Almeida Medeiros, agente da PF há 26 anos, também teve a revogação de sua prisão preventiva negada pela juíza. A magistrada argumentou que documentos apontam que Rogério mantinha contatos telefônicos frequentes e reuniões regulares com Alex Parente, além de usufruir de serviços de dedetização gratuitos oferecidos pelo investigado, reforçando as suspeitas sobre sua atuação. Em trocas de mensagens interceptadas, Rogério pediu a Alex previsão para o “café” e sugeriu reuniões com Fábio, irmão de Alex e também investigado.

Planilhas financeiras apreendidas mostram pagamentos mensais de R$ 6 mil atribuídos à sigla “MAG”, iniciais de Rogério Magno Almeida Medeiros, indicando um possível vínculo com o esquema criminoso.

Dias antes da PF prender Alex Parente e o ex-coordenador do DNOCS na Bahia, Lucas Maciel Lobão Vieira, no Aeroporto de Brasília, com a apreensão de R$1,5 milhão em espécie e documentos relacionados à contabilidade da ORCRIM, Rogério Magno recebeu um vídeo, enviado por Alex, mostrando que um policial federal estava realizando uma diligência discreta no apartamento de Lobão. 

Lucas Lobão, ao tentar ser intimado pela PF no dia 06 de dezembro, demonstrou saber previamente sobre a operação policial, indicando que ele estava ciente da investigação. Ele até alertou seus porteiros para não fornecer informações sobre sua localização, sugerindo que ele estava tentando evitar a ação da polícia.

“Thiago, deixa eu te explicar. Porque na semana passada, na minha residência… inclusive, eu constituí advogado, eu dei o endereço, tudo certinho. Na semana passada, teve uma pessoa que não se identificou como policial federal aqui, procurando meu nome, e eu fiquei um pouco assustado, e dei uma ligação aos porteiros que qualquer pessoa chegasse procurando por mim, não desse informação, certo?”, disse Lobão.

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