Polícia prende PM suspeito de envolvimento no desaparecimento de jovens que trabalhavam em ferro-velho no bairro de Pirajá
Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 11:22
A polícia prendeu um soldado da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) suspeito de envolvimento no desaparecimento de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25 anos, ocorrido há 43 dias no bairro de Pirajá, em Salvador. O PM, conhecido como Maguila, apontado como co-autor dos desaparecimentos das vítimas. Nesta terça, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
O policial foi conduzido para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na capital baiana. Detido por equipes de investigação da Terceira Delegacia de Homicídios/BTS/DHPP, Coordenação de Operações/DHPP e Agência de Inteligência/DHPP, o policial passará por exame de corpo de delito e será encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar, que também apoiou a operação.
O soldado foi preso no quartel e chegou ao DHPP acompanhado por outros membros da corporação e pela equipe da Polícia Civil. Ele tentou esconder o rosto com um pedaço de papelão durante o trajeto e quando desceu da viatura, mas seguiu sem algemas.
O delegado responsável pelo caso, Nélis Araújo, está coordenando as investigações, que apontam que o PM estaria envolvido na execução dos jovens, ao lado do empresário Marcelo Batista da Silva, dono do ferro-velho onde os jovens trabalhavam.
Marcelo Batista, o principal suspeito do crime, segue foragido. A Justiça já emitiu mandado de prisão preventiva contra o empresário, que é acusado de ser o responsável por ordenar o sequestro e possível homicídio de Paulo Daniel e Matusalém. A suspeita é que os dois jovens tenham sido mortos após serem acusados de roubo de um gerador pertencente ao ferro-velho de Marcelo. O caso ainda é cercado de mistério, e a polícia está trabalhando para encontrar os corpos das vítimas e esclarecer todos os detalhes da execução.
A prisão do PM é um desdobramento das investigações que apontam a formação de um grupo de extermínio e o envolvimento de policiais militares na ação criminosa. Durante as buscas feitas pela Polícia Civil, materiais que aparentam ser vestígios de sangue foram encontrados no ferro-velho de Marcelo e enviados para análise pericial. Além disso, câmeras de segurança revelaram que o empresário teria pedido a ajuda de milicianos para retirar malas de sua residência, levantando suspeitas de que ele esteja tentando fugir.
As famílias das vítimas continuam pressionando as autoridades e aguardam respostas sobre o paradeiro de seus entes queridos. Na última sexta-feira (13), a mãe de Paulo Daniel, Marineide Pereira, e a tia de Matusalém, Fernanda Silva, foram recebidas pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, que assegurou que as investigações estão evoluindo.
A prisão do policial militar é um avanço no caso, mas as famílias esperam que a polícia consiga localizar Marcelo Batista e trazer à tona a verdade sobre o desaparecimento dos jovens.