Operação Overclean mira empresário suspeito de ser operador financeiro de esquema de desvios milionários

A Polícia Federal (PF) cumpriu um novo mandado de busca e apreensão no âmbito da terceira fase da Operação Overclean e teve como alvo o empresário Samuel Franco. Conhecido como Samuca, ele atua no ramo imobiliário e é apontado pela Polícia Federal como possível operador financeiro do esquema investigado.

A ação aconteceu em Ilhéus, no Extremo-Sul do estado. Samuel Franco é ligado a Carlos André Coelho, ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória (BA), preso na segunda fase da operação.

Carlos André Coelho foi preso em dezembro de 2024 por suspeita de intermediar repasses ilegais em contratos que somam R$ 170 milhões. Segundo a investigação, documentos apreendidos e o montante de R$ 1,5 milhão em um avião ligam seu nome a operações suspeitas em São Paulo, Maranhão, Pará e Piauí.

De acordo com a colunista Mirelle Pinheiro, do site Metrópoles, durante as buscas, foram apreendidos eletrônicos e centenas de documentos relacionados a imóveis. Nas redes sociais, Samuca aparece ao lado de atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), Carlos André (de cinza à esquerda) e do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil).

Na última quinta-feira (3), a Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a terceira fase da Operação Overclean, que visa desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, corrupção e desvio de recursos públicos. O esquema teria movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão por meio de contratos fraudulentos e obras superfaturadas.

Um dos alvos foi Bruno Barral, secretário de Educação de Belo Horizonte, afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi indicado ao cargo com apoio político de ACM Neto e do empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo” na Bahia. Barral também geriu a pasta da Educação na capital baiana.