Análise: Bahia de Ceni vira “time de uma nota só” e coloca até “G-7” em risco
Publicado em 29 de outubro de 2024 às 09:53
“One-hit wonder” é uma expressão em inglês usada normalmente para apontar artistas que emplacaram apenas uma música de sucesso na carreira. É mais ou menos o que Rogério Cenitem sido no Bahia em 2024. Um treinador de uma única canção, de uma única ideia. A tese foi reforçada na derrota por 3 a 2 para o Vasco, em São Januário, na noite da última segunda-feira.
É verdade que o modelo de jogo encontrado por Rogério Ceni foi responsável por colocar o Bahia entre os primeiros colocados em boa parte do Campeonato Brasileiro e ele tem muito mérito por isso. O Tricolor chegou a entrar em campo com chance de ser líder e terminou dez rodadas no G-4.
Mas também é verdade que a insistência do treinador nesta mesma única ideia durante toda a competição vai sendo um dos principais motivos para o afastamento do Tricolor das primeiras posições. Tanto que até a vaga em um possível G-7 (nem está confirmado ainda) está em risco para a equipe no Brasileiro.
Em alguns momentos a impressão era de que o time titular de Rogério Ceni seria capaz de fazer o Bahia sonhar alto. Mas já há algumas rodadas o recado é de que a escalação ideal do treinador atingiu seu teto na competição.
A exibição na noite da última segunda-feira, contra o Vasco, reforçou esse pensamento. Na verdade, escancarou de tal forma que fez Rogério Ceni abandonar o conservadorismo e mudar o time ainda no primeiro tempo. Everaldo e Jean Lucas foram substituídos por Ademir e Lucho Rodríguez aos 37 minutos, quando o Tricolor já perdia por três gols.
Depois de um início vexatório, a resposta dentro de campo não poderia ser mais clara. Em quatro minutos Ademir funcionou como opção pelo lado direito e cruzou para Lucho Rodríguez balançar as redes. Mesmo reserva, o uruguaio é quem mais marcou gols desde sua chegada ao clube: quatro.