Cacau Show é condenada a indenizar cliente que foi obrigado a mostrar pênis; entenda

Cacau Show é condenada a indenizar cliente que foi obrigado a mostrar pênis; entenda

O consultor financeiro Felipe Passos, de 45 anos, passeava de bicicleta entre São Paulo e Itapevi (Grande SP), quando resolveu parar em uma loja da Cacau Show para tomar um sorvete. A pausa, no entanto, acabou em cadeia, de acordo com informações do portal Metrópoles. Passos foi preso no dia 23 de abril de 2023 por importunação sexual, acusado de mostrar o pênis para uma funcionária. Nesta sexta-feira (12), a Justiça de São Paulo condenou a marca de chocolate a indenizá-lo em R$ 50 mil.

Nos autos do processo consta que enquanto tomava o sorvete, o consultor financeiro escutou cochichos entre os colegas ciclistas. Um homem que estava na loja teria, supostamente, colocado o pênis para fora da calça e colocado o membro sobre um dos balcões do estabelecimento.

Acionada, a Polícia Militar foi até a Cacau Show. O gerente, deliberadamente, apontou Passos como o responsável pela atitude. Os colegas do ciclista ficaram indignados e ele entrou em estado de choque. Passos justificou aos policiais que era impossível ele ser o culpado, já que usava macacão com a abertura do zíper pelas costas e, para mostrar o pênis, precisaria tirar toda a roupa. Levado para a delegacia, negou mais uma vez o ocorrido e repetiu a questão do traje.

A explicação, no entanto, foi questionada pela suposta vítima, Vitoria Cardoso, que apresentou Harison Souza, 19, um colega de trabalho, como testemunha. Segundo o jovem, ele também teria visto o consultor mostrar o pênis. Passos foi levado para uma cela na própria delegacia e obrigado a mostrar o pênis para as escrivãs. As funcionárias, a pedido do delegado, teriam que confirmar as características do membro relatado. Vitoria teria dito que o pênis era preto, porém Felipe Passos é branco.

O consultor alegou que mostrou o pênis ao menos três vezes para duas escrivãs e PMs, em momentos distintos. O que foi confirmado pelos envolvidos. Segundo consta no processo, Passos só parou de ser avaliado após a chegada do advogado, Ronan Bonello. “Isso não existe. Nenhuma legislação permite esse ‘reconhecimento peniano’. É uma violação aos princípios constitucionais. Mesmo que ele tivesse feito algo, Felipe fez exame de corpo delito que verificou que não era o membro através de características como a cor do pênis”, disse Bonello ao Portal Metrópoles.

 

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